Argentina faz estreia em primeira Copa após a morte de Maradona

Ídolo argentino morreu precocemente em 2020, aos 60 anos
Argentina chega à Copa do Mundo com uma grande ausência, mas também uma força que move os corações dos hermanos. É o primeiro mundial, em décadas, sem a presença física de Diego Maradona, histórico jogador, dos melhores do mundo, e uma das personalidades mais emblemáticas do futebol mundial. Ele morreu precocemente em 2020, aos 60 anos.
A memória de Don Diego estará presente, de alguma forma, em cada lance dos atletas da albiceleste a partir de hoje, quando a Argentina estreia na Copa enfrentando a Arábia Saudita às 7h (da Bahia), no Estádio Lusail, pelo Grupo C.
“É muito triste essa primeira copa sem Diego, até porque a presença dele, mesmo não estando envolvido como jogador ou técnica, sempre foi muito forte. Ele tinha uma aura, uma incidência, que cada jogador se emocionava muito quando ele visitava uma concentração”, fala Pablo González, arquiteto e empresário, que vive em Salvador desde o final dos anos 1980, com idas e vindas para a sua cidade natal, Buenos Aires.
O primeiro mundial sem o grande craque da Copa de 1986, da qual a Argentina foi campeã com a participação essencial de Diego Maradona, é “como o primeiro Natal após perder alguém que você amou muito”, diz Santiago Gómez, jornalista e psicólogo, que também vive na capital baiana.
Por outro lado, o amor e a memória pelo jogador são potências para os desafios da Argentina no Qatar. “Diego é um exemplo de força moral. Após o que Maradona deu pela seleção, a gente espera o mínimo de cada jogador”, afirma.
“Ele é o maior ídolo do país. Não existe paralelo no Brasil”, complementa Pablo, explicando também que, em algum grau, a ausência de Diego tira uma pressão sobre Messi. “Não que ele fizesse pressão, mas essa comparação existe. Talvez ele jogue mais solto”, pondera.
A seleção comandada por Lionel Scaloni inicia a Copa do Qatar em excelente fase. Invicta há 36 partidas, incluindo as Eliminatórias, campeã da Copa América de 2021 e com uma renovação no elenco, mas que preserva seus principais jogadores, a Albiceleste entra em campo com alta confiança contra uma equipe relativamente frágil da Arábia Saudita. É uma ótima oportunidade de começar a competição ganhando ainda confiança para os próximos desafios.
Preparação
No treino de ontem, o técnico teve quase todos os jogadores a disposição. Somente o meia Guido Rodríguez, do Real Betis, não participou. Porém, não preocupa, já que a ausência se deu por conta de um resfriado.
Os jogadores fizeram aquecimento e treino tático, visando o jogo contra a Arábia Saudita. Uma dúvida sobre a escalação é quem vai ocupar a vaga de Lo Celso, cortado por conta de lesão. A escolha mais provável de Scaloni é o meia Alexis Mac Allister, que participou da goleada de 5 a 0 sobre Emirados Árabes na semana passada. Além dele, os jovens Exequiel Palacios e Enzo Fernández são possibilidades para fortalecer o setor ofensivo da equipe.
Do lado da Arábia Saudita, do técnico francês Herve Renard, podemos esperar uma seleção mais fechada, aproveitando o contra-ataque. A equipe perdeu apenas um jogo nos últimos oito e conseguiu empates importantes contra Equador e Estados Unidos este ano.