Comando do Exército sob Bolsonaro vetou desocupação de QG, diz PM preso por ordem de Moraes

História por FABIO SERAPIÃO E MARCELO ROCHA • Ontem 21:19
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Um policial militar do Distrito Federal implicou dois generais do Exército na empreitada para evitar o esvaziamento do acampamento golpista no quartel-general do Exército em Brasília.
O coronel da PM Jorge Eduardo Naime Barreto narrou em depoimento à Polícia Federal vetos da cúpula do Exército para retirada de golpistas do acampamento.
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Naime foi preso na terça (7) por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) e detalhou como o Exército impediu o fim do acampamento antes da posse do presidente Lula (PT).
O policial descreveu aos investigadores uma reunião no Palácio do Planalto com a participação de policiais e militares em que foi apresentado o plano para retirada dos bolsonaristas do QG antes da posse de Lula.
Foi o do QG do Exército que partiram os bolsonaristas que atacaram o prédio da PF em 12 de dezembro e, também, os envolvidos nas depredações aos prédios dos três Poderes.
Naime disse que após a reunião a PM disponibilizou os meios necessários para a operação. “Mais de 500 policiais, tropa de choque e aeronave”, disse.
“Que ficaram em condições para efetuar a operação de retirada do acampamento em frente à Igreja Rainha da Paz; que, posteriormente chegou a informação que o general Dutra, por ordem do comandante do Exército, havia suspendido a operação.”
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Naime disse à PF que essa essa foi “apenas uma das reuniões nas quais se tentou retirar o acampamento” e que “houve diversas outras reuniões com esse objetivo, mas o Exército frustrou todos os planejamentos e tentativas.”
O PM afirmou que essa informação foi repassada a ele pelo ex-comandante da PM Fábio Augusto Vieira, exonerado do cargo após os ataques antidemocráticos do dia 8 de janeiro e que chegou a ser preso por determinação de Moraes.
Esta é a primeira vez que o comando do Exército no governo de Jair Bolsonaro (PL) é citado como responsável por barrar os esvaziamentos do acampamento golpista.
O comandante da Força à época era o general Marco Antonio Freire Gomes. Ele foi substituído por Julio Cesar Arruda, demitido por Lula após os ataques golpistas.
Naime também detalhou em seu depoimento como o Exército barrou a entrada da PM no QG logo após os ataques e impediu a prisão de golpistas.
Assim que chegou no local após os ataques, Naime conta que começou a discutir como seriam realizadas as prisões.
Nesse momento, diz ele, um oficial do Exército informou que havia sido montada uma linha de choque inclusive com blindados, para impedir a entrada da PM.
Segundo Naime, nesse momento, o general Dutra, comandante Militar do Planalto, chegou no local e passou a discutir com o interventor Ricardo Cappelli. O interventor defendia a entrada e Dutra negou a permissão.
Dutra foi vitorioso na discussão uma vez que a PM não pode entrara na noite do dia 8 e somente realizou a retirada na manhã da segunda (9), quando vários golpistas já haviam deixado o local.
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