Joias sauditas: Bolsonaro chega à PF para depor sobre presentes milionários

Joias sauditas: Bolsonaro chega à PF para depor sobre presentes milionários

Ex-presidente compareceu à sede da corporação, em Brasília, no início da tarde. Inquérito apura se ele cometeu crime ao tentar ficar com itens de luxo recebidos do regime saudita.

Por Kevin Lima e Isabela Camargo, g1 e GloboNews — Brasília

05/04/2023 14h36  Atualizado há 56 segundos

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou à sede da Polícia Federal , em Brasília, nesta quarta-feira (4), para prestar depoimento sobre os três conjuntos de joias dados de presente pelo governo da Arábia Saudita a ele e à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

O depoimento estava marcado para as 14h30. Por conta da ida do ex-presidente, a Polícia Federal reforçou a segurança em torno do prédio e isolou o estacionamento público no local (veja no vídeo acima).

Também está previsto para esta quarta, no mesmo local, o depoimento de Mauro Cid Barbosa, o ajudante de ordens de Bolsonaro que intermediou a tentativa de liberação das joias na alfândega.

De acordo com o blog da jornalista Andreia Sadi, além de Bolsonaro e Mauro Cid, outras oito pessoas devem ser ouvidas simultaneamente, entre elas o ex-assessor especial Marcelo Camara e o ex-chefe da Receita Federal Julio Cesar Vieira.

Investigação

Entenda o caso das joias que o governo Bolsonaro tentou trazer ilegalmente para o Brasil

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Entenda o caso das joias que o governo Bolsonaro tentou trazer ilegalmente para o Brasil

Bolsonaro foi intimado a dar esclarecimentos à PF na semana passada. Ele voltou ao Brasil na última quinta-feira (30), depois de passar três meses nos Estados Unidos.

O inquérito da PF apura se o ex-presidente cometeu o crime de peculato ao tentar ficar com as joias, em especial um conjunto, avaliado em R$ 16 milhões, que foi retido pela Receita Federal em outubro de 2021.

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Peculato ocorre quando um funcionário público se apropria de dinheiro ou bens dos quais tem posse em razão de seu cargo. A pena varia de 2 a 12 anos de prisão, além do pagamento de multa.

Conjunto de joias avaliadas em R$ 16,5 milhões apreendido pela Receita — Foto: Amanda Perobelli/Reuters

Conjunto de joias avaliadas em R$ 16,5 milhões apreendido pela Receita — Foto: Amanda Perobelli/Reuters

Em dezembro passado, dias antes de Bolsonaro deixar a Presidência, o gabinete pessoal do então presidente pediu à Receita Federal a liberação do conjunto avaliado em quase R$ 17 milhões. O ofício foi assinado por Mauro Cid.

Em um e-mail enviado pouco tempo depois, Julio Cesar Vieira se posicionou pelo atendimento do pedido e solicitou o encaminhamento da demanda à equipe da Alfândega de Guarulhos. Mesmo assim, o conjunto não foi liberado.

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