Projeto pedagógico muda rotina de estudantes do 5º e 6º ano em escolas municipais de PojucaPrefeitura de Pojuca (BA) adota propostas de projeto pedagógico para tornar o ingresso de estudantes ao 6º mais acolhedor;Impacto da iniciativa na rede de ensino foi investigada por pesquisa apoiada pelo Itaú Social
Projeto pedagógico muda rotina de estudantes do 5º e 6º ano em escolas municipais de PojucaPrefeitura de Pojuca (BA) adota propostas de projeto pedagógico para tornar o ingresso de estudantes ao 6º mais acolhedor;Impacto da iniciativa na rede de ensino foi investigada por pesquisa apoiada pelo Itaú Social |
Estudantes de Pojuca (BA) do 5º e 6º ano do ensino fundamental encontram um ambiente escolar mais acolhedor graças ao projeto “Sexto Ano, Transições e Participação”. A iniciativa desenvolveu estratégias de cuidados para tornar a passagem de ano mais saudável e humanizado e ficou conhecida como MAT (Modelo de Apoio à Transição). A proposta surgiu em 2019 no Colégio Municipal Presidente Castelo Branco e recebeu aval da Prefeitura de Pojuca, que adotou as propostas do MAT em todas as escolas municipais que possuem turmas do 5º e 6º ano. Essa decisão também contribuiu com o retorno das aulas presenciais – após quase dois anos de escolas fechadas – evitando a evasão escolar e tornando a permanência da criança e adolescente na sala de aula mais acolhedora. A escolha em trabalhar com estudantes nessa fase escolar leva em conta a alteração da rotina de ensino, passando de um professor para uma grade com diversos docentes especialistas, além das mudanças físicas, emocionais e comportamentais individuais do estudante, durante a transição da infância para adolescência. “A ideia do projeto surge a partir da constatação de que há um gargalo no fluxo educacional entre os momentos maiores de transição, quando investigada a educação básica. Em especial, são observadas taxas mais altas de reprovação e até abandono nos momentos de mudança de nível educacional, quando comparadas com as taxas referentes aos demais anos”, explica a professora Olívia Claro, integrante do projeto. A iniciativa foi coordenada pela pedagoga da UFBA (Universidade Federal da Bahia) Lys Maria Vinhaes Dantas. O pontapé foi a realização de uma pesquisa de campo e, após o estudo, ela passou a monitorar e a ouvir os estudantes sobre os desafios nessa fase de transição. Ao final desse processo, foram desenvolvidas e aplicadas as oito propostas do MAT. Confira as estratégias previstas no MATEscolha de profissionais preparados para lidar com os estudantes ingressos no 6º ano do Ensino Fundamental;Estratégias de enturmação (ações para estudantes se enturmar entre si);Preparar os estudantes do 5º ano do Ensino Fundamental para o regime de pluridocência (mais de um professor por turma);Mapeamento de organizações e instituições de diferentes áreas, como a assistência social e a saúde, a fim de formar uma rede de proteção à criança e ao adolescente;Interação entre escolas e profissionais dos anos iniciais e anos finais da educação fundamental;Preparação de todos os integrantes da escola, desde os profissionais até os estudantes veteranos, para acolher os novos alunos durante a transição escolar, principalmente na primeira semana de aula;Criação de grupo formado pelos profissionais da educação para acompanhar e refletir sobre o acolhimento e desempenho dos novos estudantes do 6º ano;Realização de acompanhamento dos docentes para lidar com sua saúde emocional. ApoioO projeto foi tema de estudo apoiado pelo Itaú Social e Fundação Carlos Chagas por meio do Edital de pesquisa Anos Finais do Ensino Fundamental: adolescências, qualidade e equidade na escola pública. O programa também fomentou outras 13 pesquisas com o objetivo de identificar soluções para superação dos desafios no período dos anos finais, promovendo a interação entre a academia e a realidade escolar. A coordenadora de Formação do Itaú Social, Claudia Sintoni, reforça a importância em desenvolver iniciativas que garantam o acolhimento de estudantes que estão nos anos finais do ensino fundamental. “Precisamos priorizar as políticas públicas nessa etapa tão sensível. Fortalecer a educação integral, estabelecer parcerias com organizações da sociedade civil, oferecer condições dignas para os professores e garantir uma transição tranquila do 5º para o 6º ano são algumas medidas importantes para melhorarmos a qualidade do aprendizado”. |