Bolsonaro admite que TSE pode torná-lo inelegível e vê eventual prisão como arbitrariedade

MATEUS TUPINA

qua., 15 de março de 2023 às 9:28 AM BRT

MATEUS TUPINA

qua., 15 de março de 2023 às 9:28 AM BRT

***ARQUIVO***OSASCO, SP, 21.10.2022 - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). (Foto: Bruno Santos/Folhapress)
***ARQUIVO***OSASCO, SP, 21.10.2022 – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). (Foto: Bruno Santos/Folhapress)

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira (14) que pode voltar ao Brasil no dia 29 de março, mas que estudará a situação do país uma semana antes para tornar definitivo ou não o seu retorno.

Questionado se tentará concorrer ao Planalto em 2026, Bolsonaro respondeu afirmando que não é alvo de acusações de corrupção e mencionou a hipótese de se tornar inelegível pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por causa de reunião com embaixadores promovida no ano passado na qual criticou, sem provas, o sistema de votação.

“Existe essa possibilidade de inelegibilidade, sim. A questão de prisão, só se for uma arbitrariedade”, disse.

Em evento com brasileiros nos EUA, ele ainda disse que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não é candidata a nenhum cargo Executivo, apesar de tê-lo ajudado na campanha eleitoral e, segundo ele, ter habilidades políticas.

Sobre o retorno ao Brasil, afirmou: “Eu sempre marco uma data para voltar, a data agora marcada é dia 29 desse mês. Quando falta uma semana, a gente estuda a situação, como é que tá o Brasil, como estão os contatos aqui.”

O ex-mandatário afirmou que Michelle possui habilidades políticas, boa oratória e o ajudou na sua frustrada candidatura à reeleição. Disse também que ela chegou a “ser lançada” à Presidência para 2026, mas que “ficou revoltada”. “Não é candidata para o Executivo”, disse Bolsonaro.

Ele, porém, não negou a possibilidade de ela disputar outros cargos, referindo-se ao Legislativo. “Ela pode realmente aí, disputar um cargo eletivo”, disse, citando depois os cargos de deputada federal e senadora.

A ex-primeira-dama também compareceu ao evento. Ela viajou nesta terça para os Estados Unidos.

Nesta terça, o ex-presidente também defendeu os presos após os ataques golpistas de 8 de janeiro em Brasília, afirmando que eles não se enquadram em nenhum dos crimes imputados. “O objetivo, no meu entender, disso tudo, é tentar sepultar a direita que mal nasceu”, afirmou.

A fala sobre uma possível volta ao Brasil ocorre após Flávio Bolsonaro (PL-RJ), seu filho e senador, anunciar a volta do pai para o dia 15 desse mês, mas recuar 14 minutos depois.

“Acabou a espera! Bolsonaro vem aí! No dia 15 de março, o nosso Johnny Bravo volta para o Brasil. Já pode pendurar a bandeira verde e amarela e vestir as cores do nosso País. Juntos, vamos fazer uma oposição forte e responsável, pelo bem do nosso Brasil. Deus, pátria e família!”, escreveu o primogênito de Bolsonaro.

O ex-presidente viajou para os EUA em 30 de dezembro de 2022, um dia antes de deixar a Presidência, e, rompendo uma tradição democrática, não passou a faixa presidencial para seu sucessor, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

No encontro, ele e a ex-primeira dama se reencontraram pela primeira vez após o surgimento do escândalo das joias da arábia, apreendidas pela Receita Federal e que supostamente seriam para Michelle.

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