Bahia decreta luto oficial de três dias pela morte de Gal Costa
Gal voltou a morar em Salvador no fim da década de 1990 e ficou até 2012. História de sucesso se confunde com a do teatro Vila Velha, na capital do estado.
Por Jornal Nacional
A Bahia decretou luto oficial por três dias pela morte de Gal Costa.
Gal Costa passou a infância em uma rua do bairro da Graça, uma região nobre de Salvador. O Porto da Barra, de águas calmas, era uma das praias preferidas da jovem soteropolitana. O talento para a música brotou cedo, incentivado pela mãe, dona Mariah, e o primeiro violão foi dado por uma prima.
“Ela não tinha violão, mas eu tinha – não sei por que eu tinha um violão. Peguei e dei para ela”, contou Maria Lúcia Freitas, prima de Gal.
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A história de sucesso da cantora se confunde com a do teatro Vila Velha, um dos mais tradicionais de Salvador. Foi no palco que Gal Costa estreou como cantora no dia 22 de agosto de 1964. Era o show “Nós, por exemplo”, ao lado de Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gilberto Gil e Tom Zé.
Esse espetáculo marcou a inauguração do Vila Velha. Gal Costa ainda se apresentou diversas vezes no local antes de se mudar para São Paulo, um ano depois, para dar prosseguimento à carreira.
Já consagrada, Gal voltou a morar em Salvador no fim da década de 1990 e ficou até 2012. Nesse período, ela morou com o filho recém-adotado, Gabriel, em uma casa no bairro do Rio Vermelho, ao lado da praia da Paciência. Gabriel estudava em uma escola particular e Gal era uma mãe muito presente, como conta a diretora.
“A despedida de Gabriel, que foi quando ele conluiu a educação infantil, para surpresa nossa, ela falou que queria cantar, e foi uma emoção muito grande. Ela cantou a música-tema de ‘O Mágico de Oz’, ‘Além do Arco-Íris’, e foi apoteótico”, relatou.
Foram anos em que Gal ficou ainda mais próxima da família por parte de mãe.
“Ela é uma pessoa muito meiga, doce. Tem pessoas que a gente acha que é imortal. Para mim, Gal é imortal. Ainda não situei muito não”, disse Martha Freitas, prima de Gal.
Para os fãs, ficam as lembranças da voz inconfundível de uma das maiores intérpretes da música brasileira.
“O mundo perde uma grande voz. O Brasil perde uma referência maravilhosa”, afirmou o músico Carlos Pita.
“Na minha vida, Gal é a musa. Maravilha, linda, perfeita”, declarou o professor Milton Moura.