Articulação do governo para atrair União Brasil e isolar PL trava com exigência de mais cargos.

Articulação do governo para atrair União Brasil e isolar PL trava com exigência de mais cargos.

Somados, os orçamentos dos órgãos cobiçados pela legenda presidida por Luciano Bivar superam R$ 2,9 bilhões em 2023.

Com o objetivo de isolar o PL, a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva tenta atrair o União Brasil para um bloco governista e impedir, assim, que o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro assuma postos-chave na Câmara dos Deputados. A articulação esbarra na exigência do União Brasil de mais cargos no Executivo. A sigla já emplacou nomes em três ministérios.

Agora, além da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), que já vinha sendo negociada com o líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA), a fatura apresentada inclui os comandos da Superintendência de Seguros Privados (Susepe), da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e ainda a presidência do Banco do Nordeste. Somados, os orçamentos destes órgãos superam R$ 2,9 bilhões em 2023.

Petistas contam com o União Brasil para montar um bloco capaz de isolar o PL, dono da maior bancada na Câmara, e evitar que o partido de Bolsonaro comande a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), por onde passam todos os projetos que tramitam na Casa. Na prática, o controle do colegiado dará ao Palácio do Planalto poder para pautar propostas de seu interesse ou segurar aquelas que não lhe agradem.

Momentos de Lula pelas lentes de Ricardo Stuckert.

Trabalhando com Lula há duas décadas, fotógrafo foi o único brasileiro que subiu a rampa do Planalto três vezes ao lado do presidente.

Faltando menos de uma semana para a eleição na Câmara, no dia 1º de fevereiro, contudo, as negociações entraram num impasse. O presidente do União Brasil, deputado Luciano Bivar (PE), até admite a possibilidade de o partido aderir ao bloco governista, mas enfrenta resistência de Elmar. Após ser barrado por petistas para a vaga de ministro da Integração Nacional, o parlamentar se reuniu com interlocutores de Lula nos últimos dias para discutir a ocupação de espaços no governo.

Para a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), porém, a pedida alta do União não deve ser atendida.

— (Para ter todos os cargos) Ele (Elmar) teria de ter ganhado a eleição para presidente, né? — disse ela ao GLOBO.

Alguns dos órgãos na lista do União Brasil já estão prometidos a outros aliados. O comando do Banco do Nordeste, por exemplo, deverá ser indicado por um acordo das bancadas do PT do Nordeste ou ser entregue ao ex-governador de Pernambuco Paulo Câmara (PSB), a quem Lula quer contemplar por considerar que teve papel importante na campanha eleitoral.

catufm

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